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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

BÍBLIA - O LIVRO DOS LIVROS

    
    A semântica define a palavra BÍBLIA a partir de sua origem na língua grega na expressão “ta biblia” ( traduzido: os livros ) - conjunto de todos os livros sagrados do Antigo e do Novo Testamento. É, pois, a coleção por inteiro de tudo que foi escrito, e aceito pelos cristãos como revelação da Palavra de Deus.
Existem ainda outros termos ou expressões que popularizam esse importante livro da humanidade, a saber: Palavra de Deus, Sagradas Escrituras, a Lei, a Lei e os Profetas, o Livro Sagrado, as Sagradas Letras, ou ainda Divina Revelação. Historicamente a Bíblia tem um significado tão especial para a humanidade, que após a invenção da impressora por Gutenberg (em 1440), e tendo sido o primeiro livro impresso (Bíblia Latina em 1455, em duas colunas, dita de “42 linhas”), foi desde então o livro de maior tiragem em todos os tempos. A chamada Bíblia Judaica (39 Livros) é identificada como Velho Testamento (46 livros) pelos cristãos, e os Evangelhos (São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João), Atos dos Apóstolos, Epístolas (ou Cartas de São Paulo, São Tiago, São Pedro São João e São Judas) e Apocalipse, de Novo Testamento (27 Livros).
   O termo testamento significa “pacto”, “aliança”. A Bíblia Cristã teve sua primeira tradução para o Latim - a conhecida “Vulgata Latina” feita por S. Jerônimo no ano 384 (já que o Velho Testamento era escrito inicialmente em hebraico e depois traduzido para o grego) , já incorporando o Novo Testamento, ou Nova Aliança, que foi primeiramente escrito em grego.
Alguns cristãos acreditam que a Bíblia é uma narrativa real, histórica e científica da vida na terra, de seu objetivo e de seu significado. Para outros, a Bíblia revela, através de história e mitos, a natureza do relacionamento da humanidade entre si e com Deus. Para ambos, desempenha um papel central, ajudando-os a determinar sua conduta moral, social e espiritual.
Com o advento do Novo Testamento, após a vinda de Jesus, que estava já presente nas profecias no Velho Testamento, a Bíblia passou a ter uma maior amplitude de ensinamento em matéria de fé, onde a palavra do Cristo - ou a “palavra viva”, associada a narrativa da história da Igreja dos primeiros cristãos (nos Atos do Apóstolos), bem como nas diversas Epístolas, esta passou a servir de base à Teologia Cristã e de reflexões sobre o Filho de Deus feito homem, na sua missão redentora, salvadora e messiânica - o Emanuel (“Deus Conosco “).
    O fundamental, em matéria bíblica, é que todos tenham a fé inabalável de que os livros da Bíblia são inspirados por Deus, apesar dos seus muitos escritores (do Antigo Testamento: Moisés, Davi e Esdras; e do Novo Testamento os Evangelistas Marcos, Mateus, Lucas e João, bem como os missivistas Paulo, Pedro, Lucas, Tiago e Judas), e tenha-se como autor primordial o Espírito Santo. Logo, ler e meditar o Velho Testamento, não é ver neste somente a história do povo israelita (o escolhido por Javé ou Jeová - o Deus Pai Criador), o povo em aliança com Deus, mas tem-se que associá-lo a realização do projeto do Pai através do seu Filho - Jesus, compreendendo a pessoa do Cristo, e continuar a sua palavra e ação na história da humanidade necessitada do perdão, do amor e da paz rumo ao Reino de Deus.
A Bíblia, que é Palavra Viva, deve se manifestar ao longo da evangelização dos povos, e embasado no Espírito Santo (que é o primeiro evangelizador), nos leve a conversão, que é uma porta para a vida em comunidade e serviço aos irmãos. Deve ser o apelo para a vida em comunhão (como bem retrata os Atos dos Apóstolos), e ser o Evangelho anunciado aos pobres (Lc 4, 16ss.) e a força da Comunidade dos Pequeninos, aqueles que são depositários das promessas de Jesus (Mt 11, 25ss.). Finalmente deve-se entender que a Palavra é sinal de mudança de vida, da família e da comunidade.
    Ela deve também ser marca indelével da alegria, que une, transforma e compromete os cristãos com o projeto que Deus reserva-os no seu Reino. Como, disse Padre Afonso Pastore, no seu livro “Curso da Palavra”, a Bíblia através da “palavra dá voz e vez a todos “..., e como tal “A Palavra... não se discute, nem se contesta, acolhe-se “. A Bíblia - a Palavra de Deus, não deve ser discutida, mas partilhada, acolhida, e sentida no mais profundo dos corações de toda a humanidade. Como Paulo escreveu a Timóteo (em 2Tm. 3,16) : “Toda a Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça”; ou ainda como disse Pedro (em 2Pd 1,20-21) “... nenhuma profecia da escritura provém de interpretação particular, pois a profecia jamais veio pela vontade humana. Pelo contrário, impelidos pelo Espírito Santo, os homens falaram como porta-vozes de Deus”.

Luiz Tadeu Dias Medeiros (Membro do Pastoral da Liturgia da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus - João Pessoa – PB).
http://www.universocatolico.com.br/

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