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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Papa aos jovens: Domingo de Ramos, convite a olhar o mundo como Deus

 

Cidade do Vaticano, 01 abr (SIR) - Bento XVI presidiu na Praça de S. Pedro a celebração litúrgica do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, Depois da bênção dos ramos de palmeira e oliveira, teve lugar a procissão até ao altar, onde foi celebrada a solene Santa Missa com a leitura da Paixão do Senhor segundo Marcos. “O domingo de Ramos, com que a Igreja inicia a Semana Santa, contém um convite a encarar toda a humanidade, na diversidade das suas culturas e civilizações com o olhar de Deus, de Cristo - um olhar de bênção, de amor –“, sublinhou o Papa, na homilia. Bento XVI começou por citar a subida de Jesus a Jerusalém, com um numeroso grupo de peregrinos. Pelo caminho, a cura do cego de nascença, suscita nas pessoas um sobressalto, entusiasmo, a esperança de que Deus esteja para cumprir a promessa feita a Davi de estabelecer o reino messiânico. Um entusiasmo que se contagia aos próprios discípulos de Jesus, quando este toma lugar sobre um jumentinho para entrar na cidade santa. As palavras do Salmo 118, que a multidão proclama, gritando, constitui verdadeira proclamação messiânica: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito seja o reino que vem, o reino do nosso pai David! Hosana no mais alto dos céus”. “Esta aclamação festiva, transmitida pelos quatro evangelistas - observou o Papa -, é um grito de bênção, um hino de exultação: exprime a convicção unânime de que, em Jesus, Deus visitou o seu povo e que o Messias ansiado finalmente chegou”. “Mas qual é o conteúdo, o sentido mais profundo deste grito de júbilo? A resposta é-nos dada pela Escritura no seu conjunto, quando nos lembra que no Messias se cumpre a promessa da bênção de Deus, a promessa feita por Deus originariamente a Abraão, o pai de todos os crentes: «Farei de ti um grande povo e te abençoarei (...). Em ti serão abençoadas todas as famílias da terra!» Trata-se de uma promessa que Israel mantivera sempre viva na oração, especialmente na oração dos Salmos. Aquele que a multidão aclama como o Bendito é, ao mesmo tempo, Aquele em quem será abençoada a humanidade inteira. “À luz de Cristo, a humanidade reconhece-se profundamente unida e, de certo modo, envolvida pelo manto da bênção divina, uma bênção que tudo permeia, tudo sustenta, tudo redime, tudo santifica. E aqui podemos descobrir uma primeira grande incumbência que nos chega da festa de hoje: o convite a adotar a visão reta sobre a humanidade inteira, sobre os povos que formam o mundo, sobre suas diversas culturas e civilizações. A visão que o crente recebe de Cristo é um olhar de bênção: um olhar sapiencial e amoroso, capaz de captar a beleza do mundo e condoer-se da sua fragilidade. Nesta visão, manifesta-se o próprio olhar de Deus sobre os homens que Ele ama e sobre a criação, obra das suas mãos”. Como se lê no Livro da Sabedoria: «De todos tens compaixão, (Senhor), porque tudo podes, e fechas os olhos aos pecados dos mortais, para que se arrependam. Sim, amas tudo o que existe e não desprezas nada do que fizeste; (...) a todos tratas com bondade, porque tudo é teu, Senhor amigo da vida». Mas que pensavam realmente aqueles que aclamam Cristo como Rei de Israel? Tinham a sua própria ideia do Messias, do modo como devia agir o Rei prometido pelos profetas e há muito esperado… Logo poucos dias depois, em vez de aclamar Jesus, a multidão gritará: «Crucifica-O!», e os próprios discípulos ficam mudos e confusos. Na realidade, a maioria ficara desapontada com o modo escolhido por Jesus para Se apresentar como Messias e Rei de Israel. É precisamente aqui que se situa o ponto fulcral da festa de hoje, mesmo para nós. “Para nós, quem é Jesus de Nazaré? Que ideia temos do Messias, que ideia temos de Deus? Esta é uma questão crucial, que não podemos evitar, até porque, precisamente nesta semana, somos chamados a seguir o nosso Rei que escolhe a cruz como trono; somos chamados a seguir um Messias que não nos garante uma felicidade terrena fácil, mas a felicidade do céu, a bem-aventurança de Deus.” Também nós temos que nos interrogar: Quais são as nossas reais expectativas? Quais são os desejos mais profundos que nos animam a celebrar o Domingo de Ramos e a iniciar a Semana Santa? “Queridos jovens, aqui reunidos! Em todos os lugares da terra onde a Igreja está presente, este Dia é especialmente dedicado a vós. Por isso, vos saúdo com muito carinho! Que o Domingo de Ramos possa ser para vós o dia da decisão: a decisão de acolher o Senhor e segui-Lo até ao fim, a decisão de fazer da sua Páscoa de morte e ressurreição o sentido da vossa vida de cristãos. Tal é a decisão que leva à verdadeira alegria.” Citando o tema deste Dia Mundial da Juventude - a exortação paulina «Alegrai-vos sempre no Senhor», Bento XVI recordou o exemplo de “Santa Clara de Assis, que há oitocentos anos – exatamente no domingo de Ramos –, movida pelo exemplo de São Francisco e dos seus primeiros companheiros, deixou a casa paterna para se consagrar totalmente ao Senhor: com dezoito anos, teve a coragem da fé e do amor para se decidir por Cristo, encontrando n’Ele a alegria e a paz.” São particularmente dois – sublinhou o Papa – os sentimentos que nos devem animar nestes dias – louvor e gratidão: “o louvor, como fizeram aqueles que acolheram Jesus em Jerusalém com o seu «Hosana»; e a gratidão, porque, nesta Semana Santa, o Senhor Jesus renovará o dom maior que se possa imaginar: dar-nos-á a sua vida, o seu corpo e o seu sangue, o seu amor.” Para corresponder a tão grande dom, temos que estender aos pés de Jesus a nossa própria vida. Como diziam os Padres da Igreja, dos primeiros séculos: como as pessoas estendiam os mantos no caminho por onde Jesus subia e entrava em Jerusalém, havemos de estender também nós a nossa própria vida, as nossas pessoas, em atitude de gratidão e de adoração”.

Fonte: www.catolicos.com.br

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